Contra o Império e seus Generais: A Guerra no Oriente Médio Clama por Revolução Popular!
- Vontade Popular

- 23 de jul.
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Atualizado: 4 de out.

Maringá - julho de 2025.
“A guerra é séria demais para ficar nas mãos dos generais.”
No Oriente Médio, essa frase não é uma metáfora — é um grito. Um grito dos povos soterrados por bombas, sitiados por bloqueios, silenciados por potências internacionais — mas jamais derrotados. A ofensiva total de Israel contra Gaza, a escalada militar com o Hezbollah, os ataques cruzados com o Irã e os bombardeios no Iêmen escancaram que as decisões sobre a vida e a morte de milhões permanecem nas mãos dos arquitetos da dominação imperialista. O que está em jogo não é apenas a geopolítica — é o direito dos povos de decidirem seu próprio destino.
Uma guerra regional cada vez mais global
Desde abril de 2024, o conflito deixou de ser indireto. Em junho de 2025, Israel lançou a Operação Leão Ascendente II, atacando dezenas de alvos no Irã, no sul do Líbano e na Síria. A justificativa oficial? “Segurança nacional.” O verdadeiro motivo? A manutenção da supremacia militar regional, a sabotagem da soberania iraniana e a defesa dos interesses do capital ocidental. O Irã retaliou com mísseis contra Haifa e Tel Aviv. O Hezbollah intensificou seus ataques a partir do sul do Líbano. Os houthis voltaram a fechar o Mar Vermelho com projéteis contra navios aliados.
Em resposta, os Estados Unidos aumentaram sua presença militar em ritmo alarmante: navios no Mediterrâneo, caças na Jordânia, sistemas antimísseis no Golfo. Enquanto isso, o barril de petróleo ultrapassa os US$ 125, e as ações das empresas de armas disparam. A guerra entre Estados — antes tratada como “improvável” — já é realidade. E os generais, como sempre, obedecem. Quem sangra é o povo.
Gaza: onde a barbárie é cotidiana
Mesmo diante da ampliação do conflito regional, Gaza permanece o epicentro da brutalidade. Desde outubro de 2023, a Faixa vive o mais longo e destrutivo cerco da história contemporânea. Segundo organizações locais, até julho de 2025 são mais de 61 mil mortos e centenas de milhares de feridos. Infraestruturas civis foram sistematicamente destruídas. Hospitais funcionam com apenas 20% da capacidade. Crianças morrem de sede, fome e infecções evitáveis. A ONU se limita a notas de pesar. Os EUA seguem vetando qualquer cessar-fogo. A Europa continua protegendo Israel da responsabilização.
Chamar isso de “conflito” é uma farsa. É genocídio em curso — com financiamento garantido.
O imperialismo atua em todas as frentes
Enquanto os bombardeios seguem, o imperialismo norte-americano — sempre versado na arte do cinismo — tenta controlar todos os tabuleiros. Apoia Israel com bilhões de dólares, intervém militarmente quando seus interesses são ameaçados e ainda posa de mediador. Mas não há neutralidade possível. A presença de bases militares americanas no Catar, Bahrein, Arábia Saudita e Iraque só reforça o papel dos EUA como mantenedores da ordem imperial na região.
A OTAN observa. O sionismo atua como ponta de lança colonial. E ditaduras amigas — das monarquias do Golfo ao regime militar egípcio — fazem o trabalho sujo internamente. A lógica do controle passa por armas, recursos e geopolítica — mas trata-se, sobretudo, de poder: quem manda e quem obedece. Quem vive e quem morre.
A resistência já se levanta
Apesar do massacre, a luta popular persiste. Em Gaza, jovens enfrentam tanques com pedras e coquetéis molotov. No Líbano, o Hezbollah combate nas colinas. No Iêmen, os houthis seguem atacando alvos estratégicos. No Irã, mesmo sob bombardeios e sanções, o país segue em pé. No Iraque e na Síria, milícias populares ganham força. O que se vê não é apenas reação: são formas de resistência histórica, política e estratégica.
É neste cenário que a doutrina da guerra popular prolongada volta a ganhar relevância. Inspirada nas lutas da China, do Vietnã e da Nicarágua, essa estratégia aponta para a organização enraizada, de base, articulada entre diferentes frentes de luta e centrada na soberania dos povos.
A urgência de uma frente revolucionária
Não há saída institucional. Não haverá paz vinda de mesas que servem ao capital. A libertação do Oriente Médio passa pela ação direta dos povos organizados. É hora de propor:
A construção de uma Frente Revolucionária Pan-Árabe, Pan-Islâmica e Internacionalista, que una os povos da Palestina, Curdistão, Irã, Iêmen, Síria, Líbano e além;
A denúncia firme e pública do papel destrutivo dos EUA, da OTAN e da União Europeia;
A articulação de ações globais de solidariedade militante, como boicotes, ocupações e pressões públicas contra empresas e governos cúmplices;
A criação e defesa de zonas autônomas populares, com base na experiência das comunas curdas e dos comitês palestinos.
Não se trata de uma apologia ao conflito, mas de uma afirmação radical do direito à resistência. A guerra, afinal, é séria demais para ficar nas mãos dos generais. É hora de devolvê-la às mãos do povo.
Não pela destruição — mas pela libertação!



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