65 Anos da FMC: protagonismo revolucionário das mulheres cubanas!
- Vontade Popular

- 26 de ago.
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Atualizado: 4 de out.

Maringá – agosto de 2025
No dia 23 de agosto de 1960, pouco mais de um ano após a vitória do povo cubano sobre a ditadura de Fulgêncio Batista e a expulsão dos ianques de Havana, nascia oficialmente a Federação de Mulheres Cubanas (FMC), sob a liderança de Vilma Espín, combatente do Movimento 26 de Julho e companheira de armas de Fidel Castro e Raúl Castro.
A FMC surgiu como resposta concreta a uma necessidade histórica: organizar milhões de mulheres que já tinham sido parte ativa na guerrilha e nas mobilizações de massa, mas que precisavam agora de um instrumento político para avançar em suas conquistas e defender o novo poder revolucionário.
De imediato, a Federação assumiu tarefas gigantescas: a Campanha Nacional de Alfabetização de 1961, que erradicou o analfabetismo em menos de um ano; a mobilização das mulheres para a produção agrícola e industrial; a criação de creches e cozinhas comunitárias; e a formação de brigadas de saúde e educação que se espalharam por todo o território nacional. Em Cuba, as mulheres deixaram de ser apenas força de trabalho explorada e invisibilizada, para se tornarem sujeito político ativo da revolução socialista.
Não se tratava de uma luta parcial ou reformista: a FMC sempre entendeu que a emancipação da mulher só poderia florescer junto à destruição do imperialismo e da sociedade de classes. Por isso, desde o primeiro dia, esteve na linha de frente contra os ataques dos Estados Unidos: na resistência à invasão de Playa Girón, em 1961; na luta contra o bloqueio econômico criminoso, que já dura mais de seis décadas; e contra toda campanha de calúnia dirigida à Revolução Cubana.
Ao longo dos anos, a FMC se consolidou como uma das maiores organizações de massa do mundo, reunindo mais de 4 milhões de mulheres — quase 90% da população feminina cubana. Foi e segue sendo um exemplo internacional de poder popular organizado, indo muito além dos discursos: construindo estruturas concretas de apoio, solidariedade e defesa da revolução.
A lição é clara e ecoa as palavras do Presidente Mao Tsé-Tung: “As mulheres sustentam metade do céu”. Em Cuba, sustentaram também a vitória sobre o imperialismo e seguem sustentando o projeto socialista.
O 23 de agosto não deve ser visto apenas como uma data de celebração. É um chamado à militância, para que compreendamos que não há feminismo verdadeiro sem anti-imperialismo, não há emancipação sem revolução proletária. A luta das cubanas nos mostra que só o povo organizado, consciente e armado é capaz de conquistar e defender sua liberdade.
Que o exemplo da FMC nos inspire aqui no Brasil, onde a juventude e a classe trabalhadora sofrem sob as garras do latifúndio, do capital estrangeiro e de governos submissos ao imperialismo. Cabe a nós organizar, estudar e lutar, para que também possamos escrever, com nossas próprias mãos, a história da libertação.
Linha do Tempo da Federação de Mulheres Cubanas (FMC)
1953-1959 – Luta revolucionária: Mulheres participam ativamente do Movimento 26 de Julho, na guerrilha da Sierra Maestra, na resistência urbana e na propaganda revolucionária. Vilma Espín, Celia Sánchez, Melba Hernández e Haydée Santamaría se tornam símbolos dessa participação.
23 de agosto de 1960 – Fundação da FMC: A FMC é criada oficialmente, sob a liderança de Vilma Espín, reunindo diversas organizações femininas que atuavam desde a guerrilha.
1961 – Campanha Nacional de Alfabetização: A FMC organiza milhares de mulheres como alfabetizadoras voluntárias. Em menos de um ano, Cuba elimina o analfabetismo — um marco histórico mundial.
Década de 1960 – Organização popular: A FMC impulsiona creches, escolas técnicas, cozinhas coletivas, postos de saúde comunitários e amplia a participação das mulheres no trabalho agrícola e industrial.
1975 – 1º Congresso da FMC: Realizado em Havana, consolida a participação das mulheres na vida política e na defesa do socialismo cubano. Marca também a expansão internacionalista da FMC.
1980-1990 – Período Especial: Durante a crise provocada pela queda da URSS, a FMC organiza redes de solidariedade para enfrentar a escassez e resistir à pressão imperialista.
2007 – Falecimento de Vilma Espín: Líder histórica da FMC e combatente da Revolução, Espín é lembrada como uma das mais importantes dirigentes do processo socialista cubano.
Atualmente: A FMC reúne mais de 4 milhões de mulheres cubanas — aproximadamente 90% da população feminina do país — e segue sendo uma das maiores organizações de massa da Revolução.
23 de agosto é mais que memória: é combustível para a luta presente! Como as companheiras cubanas, sigamos firmes, pois só a luta decide!



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