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Polícia: Do braço armado do estado à máquina de repressão popular.

  • Foto do escritor: Vontade Popular
    Vontade Popular
  • 20 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 4 de out.



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Maringá - agosto de 2025.


“Servir e proteger: a quem? Proteger de quê?”– Marcelo D2, Test-Drive de freio de camburão

“Não confio na polícia, raça do caralho”– Mano Brown, Homem na estrada

“Não tenho nada contra, eu não gosto de polícia”– Zekinha, Face oculta.


Desde os primórdios do que conhecemos como Brasil – uma nação soberana e independente, mas também marcada pela miséria e pela desigualdade – existe uma forma de manutenção dessa miséria: a repressão. Por vezes chamada de guarda real, por vezes de polícia militar, o Estado brasileiro sempre encontrou uma maneira de oprimir seus cidadãos sob o pretexto de proteção. Mas é isso o que vemos todos os dias na televisão, nos jornais e nas revistas? Muito pelo contrário.


A violência policial é um tema presente desde a criação dessas instituições. Desde 13 de maio de 1809, as 27 polícias militares têm sido, em grande medida, forças de opressão e tortura contra a população pobre e periférica do Brasil, batendo, prendendo e abusando do poder sobre os que vivem abaixo da linha da pobreza, muitas vezes jovens. Esse caráter repressivo se tornou ainda mais evidente durante a ditadura militar, quando órgãos como o DOPS agiam de forma inescrupulosa, destruindo famílias e apagando histórias.


Não escrevo aqui apenas para apontar fatos, mas para promover uma reflexão sobre como países sem polícias militarizadas (algo comum no mundo todo) apresentam índices menores não só de violência policial, mas também de criminalidade. Um povo que não teme a polícia é um povo que teme menos o Estado. Um povo que não corre o risco de morrer por uma bala dita “perdida” simplesmente por sair à rua é um povo mais livre, capaz de confiar em suas instituições e sentir-se seguro. Esse deveria ser o objetivo da polícia militar. No entanto, no Brasil, ela parece agir de forma oposta: invade regiões extremamente pobres, supostamente dominadas pelo crime organizado, e promove verdadeiras chacinas, matando jovens, idosos, crianças e qualquer um que não esteja de farda.


Como esperar que o povo brasileiro confie na polícia militar, se ela mesma demonstra estar contra aqueles que deveria proteger? A resposta é simples: não trabalha, e nunca trabalhará a favor do povo. A PM é um mecanismo de repressão e desmobilização popular. Retomando a fala de Marcelo D2: “Servir e proteger: servir a quem? Proteger de quê?” Não é coincidência que a instituição tenha se originado para proteger a família real, em um período em que esta era fortemente rejeitada pelo povo. Desde o início, a polícia – especialmente a militar – foi criada como um instrumento de manutenção do modo de produção capitalista, destinado a impedir a revolta contra os dominantes, fossem eles reis, tsares, presidentes ou militares.


Junto da polícia militar, soma-se o conflito chamado “guerra às drogas”, política inaugurada nos EUA pelo presidente neoliberal Ronald Reagan e incorporada no Brasil ainda no governo Sarney, aprofundada por Collor e mantida por sucessores. Essa política de repressão nunca buscou enfrentar a raiz do problema, mas sempre criminalizou o elo mais frágil da cadeia: o usuário e o pequeno traficante, enquanto os grandes produtores e exportadores seguiam intocados. Como consequência, surgiram realidades como a Cracolândia. Mais do que isso, a guerra às drogas ajudou a criminalizar as favelas e, dentro delas, o homem negro, estigmatizado como “traficante” ou “vapor”.


O resultado é o agravamento da repressão policial, transformando massacres em rotina. Paraisópolis, Jacarezinho e tantas outras comunidades foram destruídas por operações que vitimaram inocentes. A imagem utilizada nesta matéria retrata a mãe de Marcos Vinícius da Silva, jovem que teria hoje 21 anos, mas que teve sua vida interrompida de forma brutal quando ia para a escola. O menino, de apenas 14 anos, de uniforme e mochila, foi assassinado por uma bala disparada de um “caveirão” da Polícia Civil do Rio de Janeiro.


Esse caso, como tantos outros, reflete a brutalidade policial e a repressão como instrumento para silenciar o povo. Finalizo retomando a pergunta de Marcelo D2: se o lema é “servir e proteger”, a quem serve? De quê protege?

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