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O Grito dos Excluídos: a independência que o povo ainda não conquistou!

  • Foto do escritor: Vontade Popular
    Vontade Popular
  • 7 de set.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 4 de out.

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Maringá - Setembro de 2025


No dia 7 de setembro, enquanto as elites e autoridades militares encenavam, na Rua 15 de Novembro, a velha farsa do “Dia da Independência”, em frente ao Paço Municipal outro desfile se erguia em paralelo: o Grito dos Excluídos. Foi ali, na contramão da ordem burguesa, que trabalhadores, estudantes e movimentos populares reafirmaram, mais uma vez, que a verdadeira independência só poderá nascer do povo.


O Grito dos Excluídos não é novidade. Desde 1995, organizado por movimentos sociais e pastorais populares, ele se faz presente em dezenas de cidades brasileiras. Seu lema histórico ecoa sempre: “Vida em primeiro lugar”. Ao longo dos anos, esse ato tornou-se um espaço de denúncia contra o desemprego, a fome, o racismo, a violência policial, a destruição ambiental e todas as mazelas que o capitalismo impõe ao povo.


Em Maringá, neste 7 de setembro, não foi diferente. Enquanto a burguesia se vangloriava de uma independência que nunca chegou aos cortiços, favelas e barracos da classe trabalhadora, os manifestantes marcharam pela via paralela, entoando palavras de ordem e erguendo cartazes contra a exploração e a opressão.

A resposta do Estado foi imediata: uma tropa de dez policiais se posicionou para vigiar e intimidar o povo, provando mais uma vez que a polícia não é neutra, mas um aparato armado a serviço da minoria dominante. A mensagem era clara: querem silenciar o grito popular e sufocar qualquer questionamento da ordem estabelecida.


Mas não conseguiram. O Grito dos Excluídos mostrou sua força. Sua presença naquele espaço reafirmou que o verdadeiro “independência ou morte” não é o bradado por Dom Pedro às margens do Ipiranga, mas sim o que ecoa nas ruas quando o povo pobre exige pão, terra, moradia, saúde, dignidade e poder real sobre sua vida.

“A verdadeira independência não virá de pactos com a burguesia, mas da revolução popular.”

É necessário ir além: denunciar não apenas a repressão, mas também as políticas que, em vez de libertar o povo, reforçam as correntes da exploração. O atual governo de Lula, aclamado por setores progressistas como saída para a crise, não faz mais do que garantir fôlego à burguesia nacional. O chamado arcabouço fiscal, que limita investimentos sociais para priorizar o pagamento da dívida pública aos banqueiros, é prova disso. Da mesma forma, subsídios e políticas de conciliação não têm servido ao povo trabalhador, mas sim às grandes empresas, ao agronegócio e aos monopólios nacionais que lucram à custa da miséria de milhões.


Assim como em 1822, a independência proclamada segue sendo apenas para os senhores. Hoje, a independência defendida pelo governo não rompe com o imperialismo nem com a dependência do capital estrangeiro; pelo contrário, reforça os laços de submissão ao mesmo tempo em que protege os privilégios da burguesia interna.


Por isso afirmamos: a soberania não virá das mãos de presidentes, parlamentos ou generais. Não virá de pactos com a burguesia nem de reformas cosméticas que preservam o velho Estado. A soberania só poderá vir das mãos do povo, organizado em revolução, destruindo as bases da exploração capitalista e construindo uma nova sociedade: socialista e verdadeiramente independente.


O Estado burguês teme o grito dos de baixo porque sabe que ele pode se transformar em ação organizada, em luta revolucionária. E cada 7 de setembro, com o Grito dos Excluídos, é um ensaio para a festa definitiva, quando os trabalhadores tomarão em suas mãos o destino do Brasil.


O desafio está posto: não basta gritar uma vez por ano. É preciso transformar a denúncia em organização permanente, unindo os explorados e excluídos em torno de um projeto revolucionário que destrua os alicerces da velha ordem.


O futuro não está nos desfiles oficiais, mas no povo em marcha. O Grito dos Excluídos, quando se tornar o grito de milhões, fará ruir as correntes que ainda prendem nossa independência.

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